Experimentos realizados por EUA podem ter deixado 71 mortos na Guatemala
Pelo menos 71 guatemaltecos utilizados nas experiências dos Estados Unidos com sífilis e gonorreia na década de 1940 morreram durante a pesquisa. As informações são de Prensa Libre, com base em um relatório do Departamento de Saúde e Recursos Humanos dos Estados Unidos.
Por Redação
[07 de outubro de 2010 - 18h32]
Pelo menos 71 guatemaltecos utilizados nas experiências dos Estados Unidos com sífilis e gonorreia na década de 1940 morreram durante a pesquisa. As informações são de Prensa Libre, com base em um relatório publicado pelo Departamento de Saúde e Recursos Humanos dos Estados Unidos (HHS, por sua sigla em inglês).
De acordo com a reportagem da agência de notícias, assinada por Óscar Ismatul e Antonio Ordóñez, HHS publicou na internet um documento em que revela que o projeto e a condução das pesquisas realizadas na Guatemala nos anos 1940 foram "pouco éticas em muitos aspectos".
A investigação mostra que 71 pessoas infectadas com sífilis e gonorreia nos experimentos morreram durante a fase de observação. Entretanto, ainda não se sabe se as mortes foram causadas pela condição das experiências ou por outros fatores.
"Durante a observação, 71 das pessoas a quem se lhes inoculou a enfermidade morreram (...) ainda que os arquivos não permitam determinar se os decessos têm alguma relação com os procedimentos aos quais se lhes submeteram", aponta.
O Departamento dos Estados Unidos ainda destacou que apenas 331 dos 497 contagiados pela sífilis receberam tratamento e que "só terminou de administrar a dose de penicilina em 85".
O documento foi elaborado dias após a publicação de um estudo da médica Susan Reverby, no qual aponta que guatemaltecos e guatemaltecas foram usados para experimentos médicos entre os anos 1946 e 1948. Durante esse período, profissionais a serviço da saúde pública dos Estados Unidos infectaram 696 guatemaltecos - intencionalmente e sem conhecimento ou consentimento deles - com sífilis e gonorreia.
O objetivo dos experimentos era observar os efeitos das doenças transmitidas sexualmente e como a penicilina poderia combatê-las. O caso tornou-se público após a investigação de Reverby, quem descobriu os arquivos de John Cutler, um dos responsáveis pelo experimento. Na sexta-feira passada (1º), depois de tomar conhecimento sobre o assunto, o governo dos Estados Unidos lamentou e pediu desculpas ao país centro-americano por tais experiências.
Comissão da Guatemala
Tudo indica que as investigações referentes ao episódio não sairão apenas dos Estados Unidos. Na última segunda-feira (4), o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, formou uma comissão para descobrir "como foi possível" que pesquisadores estadunidenses realizassem tal experiência na Guatemala.
Além de Colom, integram a comissão o vice-presidente Rafael Espada, e os ministros: da Saúde, Ludwig Ovalle; do Interior, Carlos Menocal; da Defesa, Abraham Valenzuela. A equipe ainda contará com a ajuda de representantes do Colégio de Médicos da Guatemala.
De acordo com a reportagem da agência de notícias, assinada por Óscar Ismatul e Antonio Ordóñez, HHS publicou na internet um documento em que revela que o projeto e a condução das pesquisas realizadas na Guatemala nos anos 1940 foram "pouco éticas em muitos aspectos".
A investigação mostra que 71 pessoas infectadas com sífilis e gonorreia nos experimentos morreram durante a fase de observação. Entretanto, ainda não se sabe se as mortes foram causadas pela condição das experiências ou por outros fatores.
"Durante a observação, 71 das pessoas a quem se lhes inoculou a enfermidade morreram (...) ainda que os arquivos não permitam determinar se os decessos têm alguma relação com os procedimentos aos quais se lhes submeteram", aponta.
O Departamento dos Estados Unidos ainda destacou que apenas 331 dos 497 contagiados pela sífilis receberam tratamento e que "só terminou de administrar a dose de penicilina em 85".
O documento foi elaborado dias após a publicação de um estudo da médica Susan Reverby, no qual aponta que guatemaltecos e guatemaltecas foram usados para experimentos médicos entre os anos 1946 e 1948. Durante esse período, profissionais a serviço da saúde pública dos Estados Unidos infectaram 696 guatemaltecos - intencionalmente e sem conhecimento ou consentimento deles - com sífilis e gonorreia.
O objetivo dos experimentos era observar os efeitos das doenças transmitidas sexualmente e como a penicilina poderia combatê-las. O caso tornou-se público após a investigação de Reverby, quem descobriu os arquivos de John Cutler, um dos responsáveis pelo experimento. Na sexta-feira passada (1º), depois de tomar conhecimento sobre o assunto, o governo dos Estados Unidos lamentou e pediu desculpas ao país centro-americano por tais experiências.
Comissão da Guatemala
Tudo indica que as investigações referentes ao episódio não sairão apenas dos Estados Unidos. Na última segunda-feira (4), o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, formou uma comissão para descobrir "como foi possível" que pesquisadores estadunidenses realizassem tal experiência na Guatemala.
Além de Colom, integram a comissão o vice-presidente Rafael Espada, e os ministros: da Saúde, Ludwig Ovalle; do Interior, Carlos Menocal; da Defesa, Abraham Valenzuela. A equipe ainda contará com a ajuda de representantes do Colégio de Médicos da Guatemala.
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