E por que a coisa não funcionou? É que o texto final não incluiu uma parte importante, na qual se dizia que esses recursos viriam como uma suplementação de verba. As fontes originais da saúde teriam que ser mantidas, por força de lei. Mas tão logo vieram os recursos da CPMF, a Fazenda retirou parte do dinheiro original e destinou a outros ministérios. Se a Saúde tivesse aqueles 30%, disporia este ano de R$ 120 bilhões. Mas tem R$ 56 bilhões. Não dá.
Muitos dizem que os recursos da saúde são mal gastos. Algum recurso até poderia ser gasto de uma forma melhor, mas não é esse o problema. Falamos de um ministério que internou 11 milhões de pessoas em 2008 e fez mais de 400 milhões de consultas. Que eliminou a pólio e o sarampo. Que tem uma assistência à Aids sem igual no mundo e é responsável pela quase totalidade de transplantes no País.
Como assim, quase totalidade? O transplante que se faz no Albert Einstein é o SUS que paga. A cirurgia cardíaca, a neurológica, os medicamentos de alto custo para câncer, ele é que garante. Essa história de que a gestão publica é ruim é uma farsa. Basta olhar quem é o gestor de hospital privado. O do Einstein é o Alberto Kamamura, que veio das Clínicas, um hospital público. O superintendente do Sírio-Libanês, Gonçalo Vecina, e grande parte da enfermagem de UTI de lá foram treinados em hospital público.
É que a área privada tem mais recursos… O sistema público, juntando União, Estados e municípios, gasta uns R$ 650 per capita/ano. O privado, uns R$ 1.650. Ora, se eu tenho três vezes mais recursos, claro que vou ter um hospital melhor.
mais sobre esta entrevista, visite o blog do Favre
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