sábado, 5 de setembro de 2009

Biologia dos melanócitos

Os melanócitos tem como primeira responsabilidade proteger a pele contra os lesivos raios ultravioletas por produzir melanina que protege do sol. É nossa primeira linha de defesa contra o câncer de pele.

Raios UVA penetram a epiderme, desencadeando uma série de eventos que iniciam com formação de radicais livres, passam por danos ao DNA celular e culminam com o câncer de pele. A melanina é o que fica entre a luz ultravioleta e nosso delicado código genético.

Os melanócitos estão localizados na membrana basal da epiderme e estão em uma proporção de 1 para 10 em relação aos ceratinócitos (células da pele). Esta razão varia de região a região e entre indivíduos frequentemente explicando variações na tonalidade de certas áreas do corpo.

A epiderme é composta por várias camadas de ceratinócitos e a derme está subjacente à camada basal.


Os melanócitos são essencialmente as produtoras de melanina. Sob condições normais um hormônio da glândula hipófise – hormônio estimulante de melanócito (MSH) inicia o processo. Outro hormônio, ACTH bem como a radiação ultravioleta também são capazes de disparar a formação de melanina.

A produção de melanina ocorre em múltiplos passos. O primeiro e mais crítico passo envolve a enzima tirosinase. A tirosinase catalisa a conversão do aminoácido tirosina a dopa e então a dopa é transformada em dopa-quinona, a partir da qual podem ser formados dois pigmentos diferentes.

Eumelanina é responsável pela coloração da pele, pelos e olhos. Em geral, eumelanina está sob controle genético e é responsável pelas semelhanças dentro de uma família e as diferenças entre diferentes etnias.

Feomelanina é responsável por pelos laranjas e vermelhos (ruivos). Como experados, estes indivíduos são tipicamente sardentos e de olhos verdes.

Grânulos de melanina são formados em unidades pre-empacotadas chamadas melanosomas e conduzidas para projeções dendríticas celulares do melanócitos. A partir daí, os grânulos são transferidos aos ceratinócitos que cercam os dendritos. Uma vez dentro dos ceratinócitos, os melanosomas começam a degradar e os grânulos de melanina são liberados ao redor do DNA.

Há uma variação na cor da pele em seres humanos, que segundo o tipo de pele de Fitzpatrick pode ser dividida em seis categorias: Tipo I a VI, indo da pele branca até preta.

Esta variação se deve a diferenças no número, tamanho e localização dos grânulos de melanina dentro das células da epiderme.

Nas peles tipo I e II, os melanosomas são menores (0,3-0,5μm) em diâmetro e localizados principalmente na camada basal da epiderme. Enquanto na pele do tipo VI, os melanosomos são maiores (0,5-0,8μm) em diâmetro e mais amplamente distribuídos pelas diversas camadas da epiderme. Os melanosomos são também produzidos em maior quantidade e degradados mais lentamente quando estão dentro dos ceratinócitos. A luz ultravioleta também afeta o tamanho e taxa de formação dos melanosomos, independente da cor da pele.

Sinais (nevos) são colônicas benignas de melanócitos que não apresentam as projeções dendríticas. Assim, os melanosomas permanecem dentro dos melanócitos. Os sinais podem variar em localização, e podem limitar-se à epiderme ou promover protrusão na superfície.

Sinais dentro da derme são ninhos de melanócitos (sinais mongóis e nevus azul).

Sob certas condições, os nevus podem sofrer alterações; uma situação é a displasia, o que não significa neoplasia.

Com o envelhecimento, o nível geral de pigmentação da pele aumenta, e assim os adultos tem uma cor de pele mais forte, o que também contribui para que descolorações da pele fiquem mais intensas (lentigo solar e melasma).

Manchas do envelhecimento estão limitadas a áreas de exposição solar (face, antebraços e mãos) e costuma aparecer após os 40 anos de idade. Por volta dos 40 anos, cerca de 70% dos calcasianos as possuem.

Algumas manchas, especialmente mais comuns durante a infância, são muito menores e a intensidade da coloração se altera sazonalmente. Os melanócitos da área da mancha são mais ativos em resposta a radiação solar.

No melasma, a maior parte do excesso de pigmento está na epiderme, mas uma parte pode estar na derme. Isto dificulta o tratamento cosmético, mas se for evitada nova formação de melanina, a mancha pode ser bastante reduzida.

Para eliminar as pigmentações melânicas, o primeiro passo poderia ser inibir ou interromper a produção desta. A melanina é produzida por melanócitos, empacotada em melanosomas e transferidas aos ceratinócitos. Uma enzima contendo cobre, a tirosinase, catalisa a produção de melanina a partir da tirosina, um aminoácido. Inativar a tirosinase ou interferir na sua função é a melhor forma para impedir a produção do pigmento.

A atividade da tirosinase pode ser bloqueada por fornecer outro compost no lugar da tirosina (um substrato falso), em essência corrompendo a produção de melanina. A tirosinase ativa e completamente funcional deve estar glicosilada. A tirosinase também é dependente de cobre. Se este for quelado, ocorre privação para a enzima e não há formação de melanina. Pode-se bloquear também o receptor para tirosinase.

Finalmente, qualquer coisa que aumente a atividade de tirosinase deve ser evitada. Exposição a radiação solar estimula a enzima e aumenta o número de melanócitos, tornando a pele mais escura. Assim, um filtro solar de fator 15-30 é muito importante.

Audrey Kunin, M.D.

2 comentários:

  1. No caso do vitiligo a Dopa quinina não está sendo metabolizada? Em que ponto pode estar sendo a inibição da melanina?O DDR1 (gem-6) tem sua mutação nos queratinócitos? www.fluidovital.org.br

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  2. qual e tamanho da celula dessa budega?

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